Após uma paragem forçada de três anos, em virtude da situação de pandemia, a Família Vicentina voltou a reunir-se em Fátima, conforme é habitual, no dia 5 de outubro, para o 16.º Encontro Nacional da Família Vicentina (o último encontro tinha sido em outubro de 2019). Este encontro, com o tema «Cristo Vivo nos impele!», reuniu no Santuário de Fátima várias centenas de membros dos sete Ramos da Família Vicentina presentes em Portugal: da Associação Internacional de Caridade, da Congregação da Missão (Padres Vicentinos), das Filhas da Caridade (Irmãs Vicentinas), da Sociedade de São Vicente de Paulo (Conferências Vicentinas), da Juventude Mariana Vicentina, da Associação da Medalha Milagrosa e dos Colaboradores da Missão Vicentina.

O dia teve início com a caminhada desde a Cruz Alta até à Capelinha das Aparições, onde os vicentinos de Portugal se reuniram para saudar Nossa Senhora, a Mãe de Jesus e a Mãe da Igreja, numa celebração presidida por D. Augusto César, CM, Bispo Emérito da Diocese de Portalegre – Castelo Branco, também ele vicentino. À Virgem do Rosário de Fátima, advogada dos pobres, dos doentes e dos aflitos, pedimos que ajude a abrir os olhos dos membros da Família Vicentina para os sofrimentos dos irmãos, em especial, os mais esquecidos, os rejeitados e os doentes, ao jeito de São Vicente de Paulo, que nos ensinou a amar os pobres e a reconhecer que eles são a manifestação da Divina presença, e que, por isso, servi-los é servir Jesus.

Após a saudação a Nossa Senhora, em união com todos os peregrinos do Santuário, a Família Vicentina orientou a recitação do Rosário a partir da Capelinha das Aparições, também transmitido através dos meios de comunicação digital para poder ser acompanhado por todos os irmãos que não poderão estar presencialmente no Santuário. A animação litúrgica esteve a cargo do Coral Vicentino de Chaves, que, com cânticos dedicados à Santíssima Virgem, ajudou a assembleia a rezar. Meditando nos mistérios da vida de Cristo, pedimos ajuda à Senhora da Vida – que trouxe no seu ventre o autor da Vida Eterna como tesouro para todos nós – para não desanimarmos perante as tribulações deste tempo.

Na parte da tarde, juntámo-nos no auditório do Centro Pastoral de Paulo VI, para uma tarde em família. Após o acolhimento e da apresentação a cargo de cada um dos sete Ramos da Família Vicentina, foi tempo de divulgarmos algumas iniciativas da nossa família: a iniciativa “Graças ao 27”, ou seja, a recitação mensal online do terço da Família Vicentina (sempre no dia 27), e, principalmente, o Encontro Internacional de Jovens Vicentinos 2023, que será organizado no próximo ano pela Família Vicentina de Portugal, em Felgueiras, no período que antecederá a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (de 29 de julho a 1 de agosto de 2023). Este encontro, que vai juntar no nosso país os jovens dos vários Ramos da Família Vicentina de todo o mundo, terá como tema a conhecida frase de São Vicente de Paulo «Não sou daqui nem dali, mas de qualquer parte onde Deus quer que eu esteja».

Durante a tarde houve ainda tempo para vários apontamentos musicais a cargo do Coral Vicentino de Chaves – que interpretou um repertório com obras de vários autores, incluindo de alguns confrades vicentinos – e também um tempo de formação relacionado com o tema do encontro – «Cristo Vivo nos impele!» –, a cargo do Padre César Jaime, CM. Partindo do testemunho do apóstolo São Paulo, o orador despertou os vicentinos para as situações em que, apesar de vivos, parecemos estar mortos para a fé e para o amor aos irmãos. Desafiou, por isso, a tornarmos Cristo sempre novo nas nossas vidas e no nosso serviço vicentino. E isso parte do reconhecimento de que Cristo é a fonte de onde jorra o nosso amor, o fogo que estimula a nossa ação e nos impele a ir aos pobres, a força que dinamiza os nossos projetos, o tesouro que dá sentido à nossa vida consagrada. Enquanto cristãos, todos somos chamados à santidade e o caminho rumo à santidade é o caminho de Cristo Vivo. Devemos fazer tudo com amor, porque Cristo Vivo assim nos impele, não perdendo o entusiasmo nem caindo em falsas seguranças. É preciso mostrar a todos que Cristo está presente no coração de cada um de nós.

No final da tarde, demos graças por todas as bênçãos recebidas neste dia em família e terminámos conforme começámos: rezando. Pedimos ao Pai que nos ajude a tornar Cristo sempre Vivo, levantando-nos do imobilismo e da indiferença, vendo o rosto Santo de Jesus nos pobres a quem damos o nosso coração e testemunhando o amor de Deus junto de todos os irmãos, em especial junto dos mais pobres.

Equipa Nacional da Família Vicentina