O seguimento a Jesus Cristo é um tema que se faz sempre atual e desafiante para toda a Igreja, de modo especial para cada um dos jovens. A Juventude Mariana Vicentina, enquanto associação de jovens leigos que, através do pedido de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, tem o dever de estar seguindo a Cristo, tendo-o como modelo de caridade e serviço, adquirindo assim, sua essência missionária.
Deus ao enviar Jesus Cristo à terra, apresenta para nós o modelo de salvação que se dá por amor. Deus ama tanto a cada um de nós que aceitou que seu Filho morresse na Cruz para nos salvar; esta morte, não foi em vão, pois devido a este mesmo amor é que Ele ressuscitou. Seu sacrifício salvífico é o que nos dá a plena certeza do amor de Deus.
Seguir a Jesus é encontrar-se com Ele, porém este encontro é vivenciado de maneira transformadora, do mesmo modo que aconteceu com o Apóstolo Paulo: “Já não sou mais eu que vivo, mas Cristo que vive em mim.” (Cf. Gl 2, 20). Através do contato com Jesus é que nos encontramos com Deus e a nossa vivência de fé é o que nos faz encontrar-nos com o Cristo.
Seguir a Ele, quer dizer passar pelo caminho do calvário, pela Cruz, mas na confiança plena de que a ressurreição virá, confirmando-nos numa convicção de que Ele caminha conosco. Deus está conosco. Sua ressureição é o que ilumina os caminhos de nossas comunidades, de nossos grupos, chegando até cada um de nossos jovens.
Durante este período pandêmico que estamos passando, o desafio de seguir a Cristo tornou-se mais desafiante para cada um de nós: pessoas conhecidas, familiares, jovens de nossa Associação, tiveram a sua vida ceifada por este vírus que dizimou diversos sonhos. Injustiças, desigualdades, preconceitos, incoerência com a verdade, desrespeito com a vida humana e diversos outros fatores falaram e, infelizmente, ainda continuam a falar muito mais alto do que o respeito, a dignidade da pessoa humana e os valores evangélicos.
Vivemos em uma sociedade que é pautada e norteada pelo individualismo e pelo capitalismo desenfreado. Não temos mais tempo para ouvir o outro, para verdadeiramente nos atentarmos para a sua real necessidade. E devido à falta de contato, fomos privados de compartilhar sentimentos básicos de convivência, como o abraço e o toque. E isso nos afastou mais ainda do seguimento a Cristo, que nos propõe a vivência do Amor Ágape.
Porém, isto não quer dizer que ficamos estacionados, parados frente a todo este sofrimento, percebemos brotar, em nossos corações a esperança de dias melhores. Em sua mensagem ao povo brasileiro, em abril deste ano, por ocasião da celebração da Páscoa, o Papa Francisco fez a cada um de nós um apelo à esperança, dizendo que não podemos desistir e precisamos manter a chama da esperança e caridade acessas, “Nossa esperança nos dá coragem para nos reerguemos. A caridade nos impulsiona a chorar com os que choram e a dar a mão, sobretudo aos mais necessitados, para que possam voltar a sorrir”.
Este apelo do Papa, mostra a cada um de nós uma luz, uma continuidade ao seguimento de Cristo que, quando esteve na terra, vivenciava o amor de Deus no contato com àqueles que estavam à margem da sociedade. Este amor só pode ser completo se passarmos pela vivência da Caridade. O coração de cada jovem mariano vicentino deve estar impelido por este espírito caridoso de acolhida, partilha e de promoção de vida digna a todos, sem exclusão.
Seguir a Jesus Cristo requer que cada um de nós, membros da Juventude Mariana Vicentina, estejamos atentos, primeiramente à linguagem de nosso tempo, perguntando-nos: qual a necessidade do Pobre? De que forma podemos verdadeiramente contribuir em sua promoção/crescimento? Devemos ter a nossa vivência espiritual em sintonia com nossos trabalhos, vivenciando uma oração encarnada, voltada para nossos trabalhos e ações como Associação.
Dessa forma, poderemos avançar, promover, testemunhar e evangelizar através do seguimento de Jesus. Este seguir, como discípulos-missionários nos impele a dar continuidade à sua missão, vivenciando a Caridade em todos os lugares que estivermos. Através de nossos momentos de formações, nos preparamos para sermos agentes de pastorais, seguidores de Cristo e transformadores de nossa realidade.
Alisson Bruno Felipe Medeiros,
Congregação da Missão,
Seminarista e membro da Comissão de Formação da JMV Brasil
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