No domingo passado, a Igreja Católica comemorou o Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração mundial estabelecida pelo Concílio Vaticano II pela tamanha importância que a Igreja atribui às mídias no contexto atual.
A data foi instituída com o decreto Inter Mirifica, durante o pontificado do Papa Paulo VI. No texto, a importância dos meios de comunicação social é ressaltada no primeiro ponto:
“Entre as maravilhosas invenções da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, a santa Igreja acolhe e fomenta aquelas que dizem respeito, antes de mais, ao espírito humano e abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias e ordens. Entre estes meios, salientam-se aqueles que, por sua natureza, podem atingir e mover não só cada um dos homens, mas também as multidões e toda a sociedade humana, como a imprensa, o cinema, a rádio, a televisão e outros que, por isso mesmo, podem chamar-se, com toda a razão meios de comunicação social”.
Os tempos mudaram… Se há 54 anos o rádio, a televisão e os jornais impressos ditavam as regras do que deveria virar notícia, hoje, com a ascensão e consolidação das redes sociais, qualquer um pode manifestar as suas ideias com considerável alcance. Nisto, a Igreja também se modernizou e percebeu que as redes sociais podem ser um vasto campo propício para a evangelização digital.
Entretanto, este artigo não se propõe a falar sobre as estratégias de comunicação usadas pela Igreja, mas sim, sobre o engajamento que os grupos da JMV no Brasil estão demonstrando na internet.
Fomos pegos de surpresa! Digo surpresa porque a nossa geração nunca enfrentou algo como uma pandemia mundial, que além de tudo, mudou completamente a nossa rotina.
A JMV como parte integrante da sociedade, também foi afetada. No dia 18 de março deste ano, o Conselho Nacional da Associação, publicou uma carta circular, recomendando a suspensão de todas as atividades presenciais da JMV no Brasil. A sugestão foi atendida prontamente e todos os grupos pararam. Porém, uma questão ficou no ar: o que fazer? Como os grupos iriam caminhar mesmo com o distanciamento social e regime de quarentena?
A resposta veio e a JMV se reinventou… Começou de forma acanhada, é verdade. A primeira província a se movimentar foi a de Curitiba. Cronograma feito, atividades pensadas e todos os grupos envolvidos. Viva! Encontro dos núcleos provinciais em uma plataforma online, terço compartilhado no Facebook e muito mais. Não pararam, pelo contrário, se reinventaram.
Pertinho dali, no Rio de Janeiro, o núcleo de Araras também fazia a sua parte. Desde o mês de março, uma série de vídeos sobre diversos assuntos vai ao ar na sua IGTV do Instagram. Os jovens falam sobre temas como: “Obediência, fé e caridade”, “O peso da humanidade” e “Como o SIM de Maria mudou os rumos do mundo”; este último, por sinal, postado há apenas quatro dias. Além de movimentar as suas redes sociais, os membros também são chamados a assumir o protagonismo e refletir sobre temáticas pertinentes da nossa sociedade.
No mês de maio, dedicado a Maria, veio o “boom” das lives no Instagram. Começando por Belém do Pará, em que o grupo local realizou e transmitiu, o tríduo em honra a Santa Luísa Marillac, fundadora das Filhas da Caridade.
O recém-criado JMV Vazante, localizado no interior de Minas Gerais, é outro grupo que sabe explorar o potencial das redes. Diariamente o seu perfil é alimentado com postagens relacionadas à JMV, além de lives que vão desde a recitação do Santo Terço, até a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
Para ser sincero, às vezes tenho a impressão, que a JMV Chã Grande/Recife e a JMV Unijocc/Fortaleza conseguem ser onipresentes no Instagram, tô falando sério. Sempre que eu acesso o aplicativo os dois grupos estão ao vivo. Chega a ser surreal! No último domingo (24), por exemplo, o grupo de Recife convidou o Padre Gilberto Rodrigues, CM, para falar sobre a importância de Maria no Carisma Vicentino. Enquanto os jovens de Fortaleza promoveram um louvor super animado. Sem falar nas transmissões do Santo Terço e nos debates diários de temas da nossa espiritualidade e carisma.
Não quero ser injusto e esquecer os inúmeros outros grupos que também fazem transmissão diária, então citei apenas alguns exemplos de cada província. Porque se eu fosse fazer o mapeamento de todas as JMV’s espalhadas pelo Brasil que estão usando as redes sociais como plataforma de evangelização, a lista seria enorme.
Vou dar um exemplo concreto a vocês. Eu administro o perfil da JMV Brasil no Instagram. No último sábado (23), ao entrar na conta para interagir com as lives, entre 18h e 20h, em torno de 20 grupos da JMV faziam transmissão ao vivo com terço, louvor, espiritualidade mariana e muito mais.
Além da interação nas redes sociais, há também as reuniões dos grupos por vídeochamadas. Cada núcleo, na sua particularidade, e no seu dia e horário de costume.
Mas… O que eu quero dizer com tudo isso? Primeiro: todos os grupos estão de parabéns! Souberam se reinventar em um cenário de incertezas e de medo. Mesmo que a adaptação tenha sido tardia, mas ela aconteceu.
Segundo: Se Deus quiser, em breve, a pandemia será passado. Reuniremos-nos novamente e voltaremos a nossa rotina, mas isso não quer dizer que as redes sociais dos grupos devem ser abandonadas. Pelo contrário, as postagens devem ser intensificadas e conteúdo exclusivo produzidos para as redes. Temos de entender que esse é o presente e, muito provavelmente, o futuro. Não podemos e nem devemos ficar para trás. A evangelização digital é um processo contínuo e nós, como jovens, devemos ser os protagonistas das mudanças, como Papa Francisco pede.
Aos grupos da JMV que não possuem perfis em redes sociais: façam! Para mim, a melhor forma de evangelizar, é dando exemplo. E se existem plataformas que facilitam esse processo, então elas se tornam indispensáveis.
Eu tenho fé que vamos superar esses dias tão difíceis e tenho muita esperança, que enquanto JMV, continuaremos a nos reinventar, compreender o potencial das mídias atuais e reafirmar o nosso compromisso com os Jovens, a Igreja e os Pobres.
Como dizemos aqui no Regional Natal (Província de Recife): #JMVSempre!
Fiquem bem, fiquem em paz e fiquem em casa.
“Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!”
Suerllen Marinho
Província do Recife
Conselheiro Nacional de Comunicação
Fonte: http://jmvbrasil.org/
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