Olá pessoal. Eu sou o Pe. Rogelio D. Cardenas II, CM um Missionário Vicentino Filipino que trabalha na Diocese de Yokohama Japão. Trabalho aqui há 15 anos. Atualmente estou no meu 7º ano como pastor em minha atual designação na Província de Shizuoka.
Tenho duas paróquias: Igreja Católica de Iwata e Igreja Católica de Kakegawa. Nessas duas paróquias, descobri que temos um grande número de brasileiros. Percebi também que, embora essas duas igrejas estejam cheias de brasileiros durante a missa em português uma vez por mês (por um missionário salesiano de Timor-Leste), muito poucos brasileiros participavam da missa japonesa regular todos os domingos. Inicialmente, apenas cerca de 5 ou 7 brasileiros se juntavam em uma das paróquias, e menos ainda, em nossa outra paróquia, apareciam para as missas japonesas. Os que vinham eram os líderes de suas comunidades. Descobri também que muitos brasileiros ainda têm dificuldade em falar e entender a língua Japonesa/Nihongo. Por algum tempo eu apenas observei essa situação. Eu fazia minha homilia em japonês e inglês e às vezes com uma pequena tradução em filipino. Levei alguns anos para decidir que deveria fazer algo por essas grandes comunidades brasileiras em minhas paróquias. Como pároco deles, pensei em fazer algo para aumentar a participação dos brasileiros até mesmo nas missas em japonês, e também ter uma conexão melhor com eles.
Através das redes sociais (Facebook) conectei-me com o Pe. Fábio (Cleber Fábio), que na época ainda era estudante de teologia. Tornamo-nos amigos instantâneos, além de irmãos na Congregação, é claro. Não me lembro exatamente como surgiu essa parceria, mas acho que pedi um favor a ele se pudesse traduzir uma parte da minha homilia (não a homilia inteira, apenas as partes significativas) para que eu pudesse usar sua tradução quando faria minha homilia durante minha missa em japonês. Contei a ele sobre a situação em minhas duas paróquias, e também disse-lhe que talvez apenas uma pequena parte do português que os brasileiros ouvissem ajudaria a aumentar o número de brasileiros que vêm à Missa. Ele concordou em fazer isso como uma espécie de “missão estrangeira”. Desde então, até o presente, Pe. Fabio tem me ajudado com a tradução. Com o passar dos anos, observei que há um aumento de brasileiros nas minhas missas japonesas. O número deles aumentou, embora não muito grande, mas fico feliz que os brasileiros apreciem o esforço que faço e acho que dizem para outros brasileiros virem porque o padre (eu) faz uma parte da homilia em português. Eles são gratos ao Pe. Fábio por fazer isso por eles.
O processo é que eu enviaria essa parte da minha homilia para tradução na quarta ou quinta-feira, e o Pe. Fabio me mandava o texto por volta de quinta ou sexta, acompanhado de um áudio, para que eu tivesse uma orientação de como pronunciar as palavras corretamente. Já faz anos que somos parceiros nessa empreitada. Quando começamos, o Pe. Cleber Fábio era apenas um estudante de teologia, agora é padre. E a parceria continua. Agradeço a Deus por este dom do Pe. Fábio. E agradeço ao nosso fundador São Vicente pela inspiração para este serviço especial às comunidades brasileiras.
Embora o pequeno esforço que faço pelas comunidades brasileiras seja muito apreciado por elas, ainda acredito que muito mais precisa ser feito. O que faço na minha homilia é muito pouco. As comunidades brasileiras em minhas paróquias precisam de mais, como missas em português, confissões em sua própria língua e outros sacramentos, sessões de formação, aconselhamento, etc.
Eu realmente espero que este esforço que Pe. Cleber Fabio e meu, evolua a uma oportunidade maior de ajudar e fazer missões reais aqui no Japão, especificamente na Diocese de Yokohama onde trabalho como vicentino filipino. Há anos venho solicitando e buscando maneiras de encorajar um coirmão do Brasil (também dos vicentinos/latino-americanos de língua espanhola, porque também há um grande número de peruanos tanto na minha paróquia quanto na diocese), para vir e se juntar a nós na missão do Japão, mas obviamente ainda não aconteceu. Ainda não perdi as esperanças. Acredito que chegará o dia em que um coirmão de língua portuguesa e espanhola fará parte de nossa missão aqui no Japão.
Pe. Rogelio Cardenas II, CM
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