Entrevista com José Guillermo Bolivar, presidente de “Aguapaneleros de la Noche” (Colômbia)

por | nov 13, 2020 | Notícias | 0 Comentários

Guillermo, como é que começou a aventura da Fundação “Aguapaneleros de la Noche”? Por que se chama assim? Quem escolheu o nome?

A fundação Aguapaneleros de la Noche, composta por leigos vicentinos, nasce por iniciativa e vocação do casal José Guillermo Bolivar e Mary Luz Molina, há 23 anos, na cidade de Medellin (Colômbia). Começamos ajudando a um grupo de pessoas – crianças, jovens, adultos e idosos – que viviam nas ruas, oferecendo-lhes água de panela quente (aguapanelero) e algo para comer, que para a maioria era a única refeição do dia.

A Fundação chama-se “Aguapaneleros de la Noche’, porque a água de panela (aguapanelea) é uma bebida típica em nossa região, e nas noites frias as pessoas a bebem quente, e é um excelente alimento, rico em calorias.

O nome de “Aguapaneleros” nos foi colocado pelos próprios moradores das ruas, quando nos viam chegar com as panelas cheias de água de panela e saiam ao nosso encontro, e exclamavam: “Chegaram os irmãos “aguapaneleros”.

Esta Fundação é formada por leigos vicentinos. Qual é a especificidade de seu carisma e de sua missão?

Nosso carisma é seguir a Jesus Cristo – o evangelizador dos Pobres, como o fez nosso santo patrono – São Vicente de Paulo.

O específico de nosso carisma é poder ajudar os moradores de rua e demais pessoas desprotegidas e que estão à margem da sociedade, por causa de drogas, alcoolismo ou outras substâncias psicoativas. Ainda acompanhamos e ajudamos mães, donas do lar sem recursos, inspirados no evangelho e na doutrina social da Igreja e fundamentados no carisma, a espiritualidade e ensinamentos de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, com foco no serviço aos Pobres, buscando a transformação social.

Nossa Missão tem como propósito desenvolver e promover ações e espaços que propiciem o acompanhamento e a solidariedade com os moradores em situação de rua e as mães, donas de casa sem recursos, atendendo as necessidades de alimentação, oferecendo apoio emocional, colaborando com a melhoria de sua qualidade de vida, das difíceis condições que se apresentam e a recuperação de sua dignidade humana, através do amor ao próximo, o respeito e a tolerância de todos os que participam neste propósito.

Neste período de pandemia, quais foram e quais são as maiores necessidades que vocês encontraram? Quais setores da população está sofrendo mais?

Durante esta pandemia as maiores necessidades que encontramos foram a fome, a falta de moradia e o desemprego. Os setores que mais estão sofrendo são as pessoas que vivem em situação de rua, as mães desempregadas, e as crianças que não têm casa.

No mês de janeiro você participou de um encontro da Família Vicentina Internacional em Roma. Após quase um ano, o que você guarda em seu coração desta iniciativa?

No Encontro Internacional da Família Vicentina em Roma, onde tivemos a graça de Deus em poder participar, descobrimos uma espiritualidade profundamente missionária. Ainda, pudemos constatar a riqueza do Carisma Vicentino e nos convencer de sua vigência para as futuras gerações. Sentimos também que se unificaram as forças da Família Vicentina em benefício do serviço aos nossos irmãos, os mais Pobres.

Agora, experimentamos todos um compromisso maior, porque temos claro que não estamos sozinhos nesta grande missão, e que um dia demos nosso SIM.

Os “Aguapaneleros de la Noche” tem um lema, uma frase que os identifica ou os inspira?

Uma frase ou lema que nós nos inspiramos é do escritor Eduardo Galeano: “Muita gente pequena, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, pode mudar o mundo”.

 

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