Belo Horizonte (BH), a capital de Minas Gerais, tem cerca de 7 mil moradores em situação de rua, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Social. Dar melhor condições de vida a todos eles é o sonho do confrade Muller Coelho de Macedo e dos demais membros da Comissão de Jovens (CJ) do Conselho Central São Lucas. Enquanto não conseguem alcançar a promoção social para os sem-teto, os confrades e as consócias se esforçam para oferecer ao menos um pouco de cuidado.
Uma vez por mês, a Comissão de Jovens convoca um dos Conselhos Particulares do Central para preparar marmitas. Depois de prontas, os vicentinos saem pelo centro de Belo Horizonte, distribuindo o jantar aos moradores em situação de rua.
O projeto começou com 70 marmitex. Na última doação, ocorrida sexta-feira (25), foram quase 200. Mas Muller não está preocupado com números. “A gente não quer entregar a comida de qualquer forma aos nossos Mestres (refere-se ao Pobre). Eles não têm fome só de pão, como também de quem possa escutá-los. Então, aproveitamos para conversar, ouvir os sonhos Deles e as histórias que têm para nos contar”.
Enquanto os moradores de rua recebem o jantar, os animais de estimação deles também ganham ração. “A gente precisam entender que aqueles animais são a família deles. São os cães que cuidam dos donos enquanto não estamos por perto, por isso, eles também merecem um bom tratamento”.
O cardápio varia. Às vezes tem arroz com batata e carne moída, arroz e tropeiro, e em novembro será arroz com strogonoff. Também tem sobremesa. Os alimentos são doados pelos Conselhos Particulares.
SOLIDARIEDADE NA RUA
O confrade Muller conta que trabalhando nas ruas, ele aprende muito. “Tinha um senhor que estava com muita fome e pediu duas marmitas. Nós demos. Em seguida, chegou uma moça que também queria comida, no entanto, não tínhamos mais. Sem hesitar, o senhor pegou uma das marmitas que tinha e deu a ela”.
O confrade Anderson Ferreira, coordenador de Jovens da Região I, participou da entrega de marmitas no último final de semana e também se surpreendeu com a experiência vivida. “Chegou até nós uma mulher. Ela queria ser ouvida. Contou que tinha perdido a filha assassinada. Ela tinha trabalho e casa, mas diante do desespero, foi parar nas ruas. Conversamos muito. Ao final, ela disse que estava decidida a voltar para a casa e à vida que tinha antes”.
As Filhas da Caridade (FC) e a Juventude Mariana Vicentina (JMV) também acompanharam a entrega das refeições na sexta para conhecer melhor o trabalho.
Fonte: Redação do SSVPBRASIL
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