A cada semana, um membro da Família Vicentina partilhará conosco uma experiência vivida nestes últimos meses. A partir do íntimo de seu coração, irá propor uma mensagem de esperança, porque (estamos convencidos) também podemos tirar lições positivas desta pandemia.
Deixem-me explicar o que eu quis dizer. Vi uma mulher – mãe de quatro filhos adultos, avó de 14 netos e bisavó de dois bisnetos – morrer num hospital por conta do covid-19. Seus filhos não puderam reunir-se ao redor da cama, rezar com ela e os demais, para consolar e manifestar a esta mulher que ela não estava sozinha no momento da morte. Não pode receber visita de um sacerdote para oferecer-lhe consolo com os últimos sacramentos. Não puderam ver seu corpo nem tiveram a oportunidade de se reunirem com a família e amigos para partilhar recordações de sua vida. Seu enterro foi privado; numa data futura, se comemorará sua vida.
Não estamos falando somente de uma mulher, mas de mais de 500 mil homens, mulheres e crianças que faleceram num período muito curto…. e todos eles experimentaram a mesma triste realidade de estarem sós durante o momento de seu falecimento.
Também vi padres da Congregação da Missão morrerem sozinhos, talvez acompanhados pelo capelão da enfermaria ou da residência, mas privados de serem acompanhados pelas pessoas junto aos quais exerceu seu ministério durante tantos anos. Ninguém se senta ao lado de sua cama, ninguém pega na sua mão, ninguém lhe diz o quanto são amados. As orações e celebrações habituais se planejam para outro dia. Novamente, o enterro é privado, e após um rápido velório, os poucos assistentes regressam dos cemitérios para a segurança de seus carros.
Tudo isso me recorda o heroico trabalho de Margarida Naseau, a primeira Filha da Caridade, que serviu aos Pobres enfermos de Paris e morreu contagiada pela peste, exercendo este serviço. Hoje, mais do que nunca, necessitamos de mais pessoas que estejam dispostas a imitar a audácia e a coragem desta simples mulher do campo.
Um membro da Congregação da Missão.
Você gostaria de compartilhar com a Família Vicentina alguma experiência concreta e positiva sua durante este tempo de pandemia? Em caso afirmativo, preencha o seguinte formulário. Não precisa ser muito longo, 300-400 palavras é suficiente:
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