Em janeiro de 2020, Roma vai acolher o encontro de Superiores Gerais e Presidentes da Família Vicentina. Entrevistamos um dos protagonistas, Renato Lima de Oliveira, 16º Presidente Geral da Sociedade de São Vicente de Paulo.
Como e quando ocorreu a sua fundação?
A fundação da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) ocorreu em 23 de abril de 1833, em Paris (França), por um grupo de sete amigos, entre 18 e 38 anos, todos católicos atuantes, comprometidos com o Senhor e que desejavam alcançar dois objetivos: a santificação pessoal e a prática da caridade junto aos que sofrem. Sete foram os nossos fundadores: Antônio Frederico Ozanam, Emanuel Joseph Bailly de Surcy, Auguste Le Taillandier, Jules Devaux, Paul Lamache, François Lallier e Félix Clavé. Ozanam foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em agosto de 1997. Atualmente, a causa de canonização dele está em análise avançada pelo Vaticano. A sede internacional da SSVP localiza-se em Paris, e o atual presidente mundial é o confrade Renato Lima de Oliveira, brasileiro. A diretoria internacional é composta por membros de todos os continentes, que juntos se esforçam para executar o planejamento estratégico definidos pela organização, com base na missão, nos valores e na visão de futuro da SSVP. Mais informações sobre a Sociedade de São Vicente de Paulo podem ser obtidas no endereço www.ssvpglobal.org.
Como sua Congregação/Associação reflete o carisma vicentino?
Nossa organização é muito abençoada: temos o próprio São Vicente de Paulo no nome oficial da nossa entidade (Sociedade de São Vicente de Paulo). Portanto, não creio que haja qualquer dúvida sobre a presença evidente das virtudes vicentinas no cotidiano e nas práticas da SSVP. Somos um dos maiores ramos leigos dentro da Igreja Católica, e possuímos um verdadeiro exército de voluntários em 150 países ao redor do mundo, além de centenas de obras sociais que atendem a crianças, famílias, jovens e idosos. Nosso contingente é de 800.000 membros, reunidos em 50.000 grupos vicentinos (as chamadas “Conferências”). As ações de formação que se encontram em marcha, tanto em nível internacional quanto nos países, são de boa qualidade, oferecendo os membros temas vicentinos, cristãos, sociais e espirituais. Todos os nossos membros participam, frequentemente, de cursos de capacitação, treinamento e atualização, com vistas a prestarem um serviço melhor aos assistidos. A visita domiciliar é a principal característica dos membros da SSVP, cuja prática foi ensinada inicialmente pela bem-aventurada Rosalie Rendu (Filha da Caridade) àqueles jovens fundadores em 1833. A visita aos pobres segue sendo, nos tempos modernos, a “marca registrada” da entidade, ao criar as condições favoráveis para a promoção das famílias socorridas.
Esperanças e expectativas para o carisma vicentino à medida que nos aproximamos do encontro de líderes da Família Vicentina, previsto para janeiro de 2020, em Roma.
Estou muito ansioso por encontrar as queridas lideranças vicentinas em Roma, em janeiro de 2020, quando poderemos continuar compartilhando experiências, conhecimentos e as melhores práticas dentro de nossos ramos. A SSVP tem muito a ajudar, mas também precisa de apoio dos demais ramos, especialmente em vários países em que ainda somos incipientes. Somente uma forte cooperação entre os diferentes ramos vicentinos é que poderá nos fortalecer e ampliar o alcance do carisma vicentino. Meu sonho é o mesmo de Ozanam, que certa vez desejou “unir o mundo inteiro numa grande rede de caridade”. O que falta à humanidade são pessoas mais generosas, mais solidárias e mais bondosas, especialmente com aqueles que sofrem algum tipo de pobreza, quer seja material, espiritual ou psicológica. Os membros da SSVP estão sempre disponíveis para servir a quem precisa, estendendo uma mão amiga. Nossa Conferências, nossos órgãos supervisores (chamados de “Conselhos”) e nossas obras assistenciais estão abertos aos demais ramos vicentinos para podermos, juntos, fazer a diferença e “contaminar” positivamente a humanidade, assim como o fez São Vicente de Paulo a seu tempo.
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