Eucaristia do Dia 13 de Outubro
(1ª leitura – Joel I, 15sss – 2ª leitura – Luc. XI 15-26)
José Conçalves, CM
A 1ª Leitura fala-nos do Reino de Deus e da Sua Vinda. Descreve a Sua chegada num contexto de catástrofes naturais: secas, invasões militares, incêndios, pragas de gafanhotos….Não sabemos se é linguagem simbólica, metáforas ou parábolas , de que se serve para dar forma e corpo àquilo que anuncia, ou se parte de alguma experiência real da sua vida….
De qualquer forma, este texto diz-nos qual deve ser a atitude dos líderes ( políticos, sociais, mas sobretudo religiosos) nos momentos da vida de um povo, quer sejam de catástrofes naturais ou de crise – económica ou social:
- Chamar a atenção para o que está a acontecer, despertar as consciências para a mudança (conversão) na maneira de pensar, de sentir e de agir; a conversão não pode ser meramente emocional, mas factual.;
- Por mais trágicos que sejam os acontecimentos, por mais negras que sejam as nuvens, há que tentar ver sempre uma réstia de bondade para além da tragédia; uma réstia de luz para além da escuridão. A razão é simples: porque Ele está presente… a transformar e a salvar. A esta atitude chega-se pela fé.
- A fé impele-nos a desenvolver a esperança. Porque acreditamos é que esperamos. E a esperança projecta-nos para a acção/renovação.
O texto do Evangelho fala-nos daquilo que no “velho catecismo” se chama “pecados contra o Espirito Santo. Deles se diz que não têm perdão.
Atribuir a derrota do demónio (expulsar é derrotar) ao próprio demónio não tem lógica, não faz sentido. Ninguém se derrota ou aniquila a si mesmo. Diante da evidência, é só para não atribuir a Jesus o sucedido, para não reconhecer n,Ele a força salvadora de Deus. Pelo orgulho, a pessoa fecha-se; não acredita em nada a não ser em si própria. As suas crenças oscilam e variam segundo os seus interesses.
Perante o anúncio de que o Reino de Deus está presente, feito por Jesus ninguém fica indiferente:
- Ou aceita e entra num processo de mudança, de transformação, de conversão; foi este o apelo de Jesus no principio da sua atividade pastoral: “Convertei-vos porque o Reino de Deus está próximo”;
- Ou recusa e entra num processo de destruição consciente, semelhante à atitude de quem fecha os olhos para não vera luz… e a sua situação é bem pior do que antes de ouvir o apelo.
Peçamos ao Senhor que nos torne bem conscientes das nossas responsabilidades de pastores e guias do nosso povo… Que nunca nos falte a paixão para o apelo, nem a força para o testemunho, nem a humildade para o reconhecermos presente tanto nos acontecimentos grandiosos, como nos humildes gestos do quotidiano.
Tags: Famvin400, Homilías, José Conçalves, Simposio