Um momento de comunhão e missão
“Olá, irmãos e irmãs da Família Vicentina.” Com essas palavras afetuosas, Eduardo Almeida inicia seu testemunho, saudando uma comunidade que sente profundamente próxima. Ele viajou a Roma em novembro de 2024 para participar da Segunda Convocação da Família Vicentina — um encontro global enraizado no carisma partilhado de São Vicente de Paulo e em seu legado espiritual de amor comprometido aos mais necessitados.
Eduardo descreve a assembleia como um poderoso lembrete do impacto que a Família Vicentina pode ter quando suas diversas ramificações se unem. “Às vezes, não percebemos o quanto podemos ser impactantes se trabalharmos juntos — todos os ramos, de mãos dadas — para melhor servir nossos Senhores e Mestres.” Para ele, a assembleia foi mais do que um evento: foi uma oportunidade de redescobrir a força que nasce da colaboração.
Temas que importam
Eduardo destacou cinco áreas principais de reflexão que marcaram os trabalhos da convocação:
- Apoio mútuo entre os ramos – Como os diferentes ramos vicentinos podem se fortalecer mutuamente em todos os níveis, para crescer em número e qualidade?
- Melhoria dos serviços – Houve um foco especial em como aprimorar as iniciativas educacionais e de saúde oferecidas por muitas obras vicentinas.
- Formação – Tornou-se prioridade fomentar uma formação vicentina mais profunda e coerente, capaz de sustentar e expandir o carisma.
- Cultura vocacional vicentina – Enfatizou-se a necessidade de cultivar uma cultura que promova e celebre a vocação vicentina.
- Responder ao clamor dos pobres – No coração da assembleia esteve o chamado urgente para escutar e responder com mais eficácia ao grito dos pobres, com criatividade, compaixão e solidariedade.
O caminho sinodal
Um dos aspectos mais marcantes da assembleia, segundo Eduardo, foi o método utilizado: a abordagem sinodal incentivada pelo Papa Francisco. Em vez de se basear apenas em apresentações ou palestras, os participantes foram convidados a participar de círculos de escuta e grupos de diálogo, promovendo o discernimento partilhado. “Foi muito inspirador!”, afirma Eduardo, destacando como esse processo refletiu valores fundamentais do espírito vicentino: humildade, abertura e escuta profunda.
Um convite a continuar a caminhada
O testemunho de Eduardo termina com um desafio e um convite: manter vivo o espírito da assembleia em cada ramo e em cada região da Família Vicentina. “Espero que possamos continuar essas reflexões… para honrar o legado de São Vicente de Paulo e de nossos outros fundadores.” Num mundo marcado pela fragmentação e pelo individualismo, suas palavras finais soam como um apelo profético: “Se caminhamos sozinhos, podemos ir mais rápido. Se caminhamos juntos, podemos ir mais longe.”
Reflexão final: Para além da Assembleia — Viver o sonho vicentino
A experiência de Eduardo em Roma vai além de uma lembrança pessoal: ela se torna um espelho para toda a Família Vicentina, convidando-nos a olhar com atenção para como vivemos hoje a nossa vocação. A assembleia foi um forte lembrete de que a unidade não é apenas um ideal, mas um caminho concreto para um serviço mais fecundo. Quando partilhamos formação, recursos e missão — quando realmente nos reconhecemos como irmãos e irmãs — tornamo-nos mais do que a soma de nossas partes.
Esse é o coração do sonho vicentino: não apenas servir aos pobres, mas fazê-lo como família — com alegria, criatividade e fidelidade. Ao voltarmos às nossas comunidades locais, as palavras de Eduardo nos chamam a cultivar as sementes plantadas em Roma. Pois caminhar juntos, como ele nos lembra, não apenas nos leva mais longe. Também nos aproxima dos pobres, uns dos outros e do próprio Evangelho.
Leia ou faça o download do Documento final da Segunda Convocação da Família Vicentina: “Mantendo o Fogo Aceso para Sermos Peregrinos da Esperança”.
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