Mensagem de Advento do Superior Geral, Padre Tomaž Mavrič, CM

por | nov 22, 2016 | Família Vicentina, Formação, Reflexões | 1 Comentário

“A Encarnação, aqui e agora”: este é o tema que propôs o padre Tomaz Mavrič, CM, para o Advento, em uma carta a toda a Família Vicentina. Confira.

Depois que o texto que você vai encontrar links para download em vários idiomas.

Roma, 18 de novembro de 2016

A todos os membros da Família Vicentina

Queridos membros da Família Vicentina,

Que a graça e a paz de Jesus estejam sempre conosco!

Cada tempo do ano litúrgico é um dom para nós. O tempo do advento é um presente que Deus nos oferece.

“A Encarnação” é um dos mistérios centrais da espiritualidade de São Vicente de Paulo. Todo o Advento, assim como o Natal e seu tempo litúrgico centram sua mensagem no mistério da Encarnação.

A Encarnação significa que Deus se fez homem. Deus se faz ser humano como nós. Deus se abaixa a nosso nível. Deus se identifica com cada pessoa individualmente, desde o começo da humanidade até o final do mundo.

Jesus encarna-se cotidianamente, uma e outra vez, em todos os rincões do mundo. Em cada concepção, no começo de cada vida humana, Jesus se encarna novamente. Por conseguinte, a presença real de Jesus na pessoa humana, sua Encarnação, deve ser reconhecida em cada período da história humana, em todos os âmbitos do desenvolvimento humano: a fé, a cultura, a ciência, a educação, a política etc.

Este Jesus que foi concebido, que nasceu, que sofreu, que morreu e ressuscitou entre os mortos, vive “AQUI E AGORA”; tem sede e deseja voltar a ser descoberto por nós, para renovar e aprofundar nossa proximidade com Ele, nossa amizade, o amor entre Ele e eu.

São Vicente de Paulo nos deixou em seus escritos, entre outros, os seguintes pensamentos sobre a Encarnação:

E porque, segundo a Bula de fundação de nossa Congregação, devemos venerar de uma maneira especialíssima os inefáveis mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação, procuraremos cumpri-lo com o maior cuidado e de todos os modos que possamos, mas principalmente cumprindo estas três coisas: 1) Fazer frequentemente e no íntimo do coração atos de fé e de religião sobre esses mistérios. 2) Oferecer todos os dias em sua honra algumas orações e boas obras, e especialmente celebrar suas festividades com solenidade e com a maior devoção que nos seja possível. 3) Fazendo tudo que for de nossa parte para que, por meio de nossas instruções e bons exemplos, esses mistérios sejam conhecidos e venerados por todos os povos. (Regras comuns da Congregação da Missão, X, 2).

E porque, para venerar perfeitamente esses mistérios, não pode haver meio mais excelente que o devido culto e o bom uso da Sagrada Eucaristia, já a consideramos como sacramento, já como sacrifício, tendo em conta que contém em si como um compêndio dos demais mistérios da fé, e que por si mesma santifica e finalmente glorifica as almas dos que celebram como é devido e dos que comungam dignamente, e desta maneira se dá muita glória a Deus trino e uno e ao Verbo encarnado, por isso em nenhuma coisa colocaremos tanto empenho como em tributar a esse sacramento e sacrifício o culto e a honra devidos e em procurar que os demais lhe tributem a mesma honra e a mesma reverência, e isto procuraremos cumprir com o maior esmero, em especial impedindo, enquanto esteja em nosso alcance, que se cometa contra ele a menor irreverência, de palavra e obra, e ensinando com diligência aos demais o que devem crer sobre este inefável mistério, e como devem venerá-lo (Regras comuns da Congregação da Missão).

O Padre Erminio Antonello, CM, divide conosco a seguinte reflexão:

Enquanto o homem tratava por todos os meios de exaltar-se a si mesmo, tratando de ser “deus”, Deus não teve medo de fazer o caminho inverso e fazer-se homem: não um homem glorioso, mas um menino, desde o começo frágil e ameaçado. São Vicente dizia: “E não vemos também como o Pai eterno, ao enviar a seu Filho à terra para que fosse a luz do mundo, não quis que aparecesse mais que como um menino pequeno como um desses pobrezinhos que vem pedir esmola nesta porta? (SVP XI/3, 263). O que há nos seres humanos para que Deus queira inclinar-se até eles e trocar sua divindade pela humanidade da criatura? Há o amor de um Pai. Há seu desejo de abraçar fortemente a humanidade. Ele sente nossa falta, por assim dizer. Ele quer que renasçamos por seu amor. Pode parecer estranho que Deus sinta falta de nós, suas criaturas e, no entanto, toda a história da salvação nos fala de sua busca por cada um de nós. É a intuição mística o que conduzirá a São Vicente a reconhecer a encarnação contínua de Deus nos Pobres. Ele sentiu em si mesmo a ternura de Deus e, depois de tê-la vivido e experimentado, pode derramá-la sobre o mais pequeno do Reino.

Viver hoje o mistério da Encarnação significa, então, reconhecer a realidade de estar atravessado por esse desejo de Deus (ou seja, é por seu amor que nos busca, cujo nome é Espírito Santo) e confiar nEle. Isso nos faz sair da insignificância da vida. Cada um sente essa necessidade básica, frustrada tão frequentemente: “que se olhe com benevolência”. Este desejo é uma fonte de vitalidade psicológica. Quando fracassa ao encontrar olhares que depreciam e dizem: não vales nada para mim, és um zero insignificante, então nossos rostos se ensombrecem e a vida se enevoa.  Agora, qual é o olhar de Deus sobre nós, esse olhar do qual dá testemunho Jesus, o Filho que se fez homem? Ele olha as pessoas com benevolência e quer estabelecer sua morada em cada uma delas. Nesta atitude do Verbo encarnado que se aproxima da humanidade, o que está em jogo é a força vital do encontro amoroso e divino com Deus.

  • Como redescobrir hoje Jesus Encarnado, este Jesus que está vivo “AQUI E AGORA” em minha própria vida?
  • O que posso fazer para que as diferentes festas e tempos do ano litúrgico que recordam a Encarnação de Deus feito homem (a Anunciação, o Advento, o Natal) sejam celebradas de maneira mais pessoal e renovada em nossas Comunidades, no seio de toda a Família Vicentina, com as pessoas com que colaboramos e servimos, com o fim de ajudarmos a reconhecer “o AQUI E AGORA” da Encarnação, da presença viva de Jesus no meio de nós?
  • Que iniciativas podemos sugerir e colocar em prática para que a presença de Jesus “AQUI E AGORA” se faça sentir ainda mais em nossas Comunidades, nos lugares em que servimos, nos povos, nas cidades, nos países e no mundo inteiro?

Entramos no tempo do Advento coma  certeza de que não estamos sozinhos. Jesus, Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, nosso Fundador, todos os Beatos e os Santos da Família Vicentina nos acompanham no caminho.

Meu pensamento e minha oração acompanham todos os ramos da Família Vicentina e cada membro em particular. Que o caminho do Advento nos traga uma profunda consolação, alegria, ânimo, compromisso renovado, paz e zelo! Que a festa e o tempo do Natal unam nossos corações e nossos espíritos!

Juntos em oração diante do presépio e entregando-nos à Providência, esperamos com uma grande confiança o ano de 2017, 400º aniversário do nosso Carisma comum. Abertos aos “sinais dos tempos”, continuamos caminhando juntos, pois “o amor é infinitamente inventivo” (SVP XI/3, 65).

Desejo-lhes uma feliz festa de Natal e um bom ano de 2017!

Seu irmão em São Vicente,

Tomaž Mavrič, CM Superior geral

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1 Comentário

  1. Orlanda Rodrigues Alves

    Bela e profunda reflexão que nos prepara para o Natal de nosso amado Jesus que se encarnou no seio de nossa querida Mãe Maria e veio armar sua tenda entre nós.
    Caminhemos com Ele e nos empenhemos com ardor e amor no serviço e Evangelização dos pobres. Que foi isso que Ele veio fazer aqui na terra.

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